segunda-feira, 28 de julho de 2014

REPOSIÇÃO HORMONAL X CÂNCER

2014_02_0381-IMAGENS-RP-NOVO-SITE_reposicao-hotmonal-Site
A reposição hormonal durante muito tempo foi vista como grande aliada na prevenção de doenças, inclusive cardiovasculares e algumas neoplásicas. Além disso, sempre foi indicada para minimizar os principais sintomas da menopausa e auxiliar em casos de alterações comportamentais, depressão e osteoporose.
Entretanto, novos estudos indicam um aumento no risco de câncer entre as mulheres que usam hormônios. Mas, o que realmente é verdade neste caso? O médico oncologista Dr. Ellias Magalhães da Oncomed – Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Neoplásicas respondeu para a Revista Pilates as principais dúvidas sobre o assunto. Confira:
É verdade que a reposição hormonal aumenta os riscos de se contrair câncer? Por quê?
A terapia de reposição hormonal (TRH), amplamente utilizada até alguns anos atrás, pode levar ao aparecimento de alguns tipos de câncer, particularmente de mama e endométrio. Em virtude destas evidências, seu uso tem se restringido a alguns casos específicos. Em relação ao câncer de mama, há evidências consistentes que a utilização da TRH combinada (estrogênio e progesterona) pode aumentar aproximadamente em 24% as chances de desenvolver a doença.
Quais os tipos mais comuns de tumores que podem surgir em decorrência da reposição hormonal e por quê?
Os tumores atribuídos ao uso prolongado de terapia de reposição hormonal são os de mama e endométrio. Nestes órgãos as células normais apresentam sensibilidade elevada à ação dos hormônios femininos (estrogênio e progesterona), muito maior que células de outros tecidos e órgãos do organismo. Durante toda a idade fértil a mulher é exposta à ação destes hormônios, em concentrações variáveis ao longo de cada ciclo menstrual, como parte de processo fisiológico, que garante o desenvolvimento das características sexuais femininas na adolescência e mantém a fertilidade na idade adulta.
É verdade que mulheres que tomam hormônios há mais de cinco anos têm maior chance de desenvolver a doença?
O risco de desenvolvimento do câncer de mama e endométrio em vigência de TRH eleva com o aumento da dose e do tempo de exposição. De forma similar, mulheres que são expostas à TRH mais velhas (após os 60 ou 10 anos após a menopausa) possuem um risco ainda mais alto de desenvolver problemas relacionados à terapia. Sendo assim, essa prática é recomendada apenas para mulheres antes dos 60 anos, com menos de 10 anos da última menstruação, e por até no máximo 5 anos de duração. Em mulheres com histórico pessoal ou familiar de neoplasias de mama e endométrio ou de doenças tromboembólicas (derrame, embolia pulmonar, trombose) os benefícios da exposição devem ser balanceados com os riscos. Há evidências que a manutenção deste tratamento além dos 5 anos aumenta consideravelmente as chances de efeitos indesejáveis.
Se a mulher parar de tomar hormônio as chances de se contrair um câncer diminuem?
Estudos clínicos que avaliam o risco de câncer em mulheres que usaram TRH no passado estão em andamento. Entretanto, há evidências mostrando que após 5 anos de interrupção da terapia hormonal os riscos de desenvolver um câncer reduz progressivamente para o patamar de uma mulher não exposta a esta terapia.
Quais os principais prós e contras da terapia de reposição hormonal?
A terapia de reposição hormonal é uma alternativa eficaz no controle de alguns sintomas da menopausa, notadamente fogachos e ressecamento vaginal. Atualmente, a indicação da TRH se restringe a mulheres com menos de 60 anos e com menos de 10 anos da última menstruação, com sintomas moderados a graves relacionados a fogachos e ressecamento vaginal, sem história familiar ou pessoal positiva para doenças tromboembólicas /cardiovasculares ou neoplásicas (câncer de mama e endométrio). A TRH mostrou ser efetiva na diminuição do risco de eventos cardíacos (infarto), assim como redução dos casos de fraturas relacionadas à osteoporose e melhor controle do diabetes. Os principais malefícios da terapia de reposição hormonal são o aumento de eventos tromboembólicos / cardiovasculares (trombose, embolia, derrame), de câncer de mama e endométrio e colecistite (inflamação da vesícula biliar).
Quando é indicada a terapia de reposição hormonal?
A TRH deve ser indicada em mulheres abaixo dos 60 anos, com menos de 10 anos da última menstruação, para tratamento de sintomas relacionados à menopausa, notadamente fogachos e ressecamento vaginal. Ele deve ser feito de forma combinada (estrogênio + progesterona) na mulher não-histerectomizada (que tem o útero), e de forma isolada (estrogênio) em mulheres histerectomizadas (que fizeram cirurgia para a retirada do útero). Mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama, endométrio ou de doenças tromboembólicas / cardiovasculares devem preferencialmente não receber a TRH.
Quais os principais riscos da reposição?
A TRH aumenta as chances de desenvolver câncer de mama e endométrio, eventos tromboembólicos (trombose e embolia), isquemia cerebral (derrame) e colecistite (inflamação da vesícula biliar). Este risco aumenta com a dose, o tempo de exposição e quanto mais velha for a paciente.
Mulheres que já tiveram câncer podem fazer uso da terapia de reposição hormonal?
Mulheres que já tiveram câncer de mama e endométrio não devem realizar terapia de reposição hormonal, pelo risco de recorrência da doença ou desenvolvimento de novo tumor. Pacientes que tiveram outros tipos de cânceres não têm qualquer contra-indicação ao uso da terapia, mas deve-se obedecer a suas reais indicações.
FONTE: http://revistapilates.com.br/2014/07/23/reposicao-hormonal-x-cancer/

quinta-feira, 24 de julho de 2014

OS 34 EXERCÍCIOS DE JOSEPH PILATES

2014_01_0021-SELO-PRATIQUE-RP-29_1LO
A partir da semana que vem nossa fisioterapeuta Marjorie Filellini (Crefito-3: 160760-F) trará uma novidade para o Pratique com a Revista: uma nova série onde ela irá ensinar os 34 exercícios originais de solo de Joseph Pilates publicados no livro “Return to life through Contrology”.
”Desde a elaboração desses exercícios muita coisa mudou, foram realizados diversos estudos de biomecânica, cinesiologia, fisiologia e anatomia. Portanto, vocês aprenderão os exercícios originais com as modificações necessárias para que tudo fique de acordo com as novas descobertas.  Para compreender a técnica, é preciso antes de tudo conhecer o dono dela e a história dele para entender como a técnica surgiu.
Joseph Hubertus Pilates nasceu em 1883 na Alemanha. Era uma criança muito doente, sofria de asma, raquitismo e febre reumática. Por todos esses fatores Joe sofria bullying dos colegas, o que o incentivou a iniciar os estudos em anatomia, praticar ginástica e frequentar aulas de defesa pessoal. Passava horas na floresta observando o movimento dos animais e como aprendiam a andar e caçar. Aos 14 anos ele já era modelo de livros de anatomia.
Durante a adolescência, Joseph ficou obcecado em superar suas limitações físicas. Praticou diversas modalidades como ginástica e ginástica olímpica (seu pai era dono de uma academia e foi um renomado ginasta), box, yoga, mergulho e esqui.
Profissionalmente era ginasta, mergulhador e bodybuilder (fisiculturista). Em 1912 mudou-se para a Inglaterra atuando como artista circense, boxeador e treinador de defesa pessoal em escolas de polícia e na Scotland Yard.
Em 1914 durante a primeira guerra mundial Joe foi mandado para um campo de concentração em Lancaster. Por conta própria dava aulas de luta, defesa pessoal e começou a ensinar e aperfeiçoar um conjunto de exercícios de solo, inventados por ele, ostentando que seus ‘’alunos’’ sairiam de lá mais fortes do que eram antes.
Mais tarde foi transferido para outro campo chamado ‘Isle of man’ onde teve carta branca para cuidar dos soldados doentes desde que eles não levantassem da cama, foi aí que nosso precursor teve a ideia de utilizar as molas das camas como acessório e desenvolveu um sistema integrado de exercícios que foi nomeado por ele como Contrologia (Contrology).
Após a guerra, Joseph voltou para a Alemanha e trabalhou com a polícia militar de Hamburgo dando aulas de defesa pessoal e treinamento físico. Deu início aos atendimentos individuais personalizados.
Foi nesta época que conheceu Rudolf von Laban, um famoso analista de movimento e dança, que incorporou algumas teorias e exercícios de Joseph em seu próprio trabalho.
Em 1923, Pilates foi convidado a treinar o novo exército alemão, porém, Joe não estava feliz com as diretrizes políticas de seu país, foi quando decidiu mudar-se para os EUA. Foi em 1926 que Joseph chegou a NY para ficar. Não há nenhuma prova, mas dizem que Joe foi para os EUA por influência de alguns boxeadores.
A academia que ele montou ficava muito próxima a estúdios de dança e ensaio, foi assim que a Contrologia começou a fazer parte da vida dos bailarinos como reabilitação e treinamento. As seções tinham como foco revigorar e não cansar.
Joe escreveu dois livros:
-          Em 1934: Your Health: A Corrective System of Exercising that Revolutionizes the Entire Field of Physical Educations;
-          Em 1945: Return to Life Through Contrology.
O final real da história não é tão interessante quanto os mitos que a cercam. Correm boatos de que Joseph morreu em um incêndio que aconteceu no Studio de NY, mas na verdade o que o derrubou foi enfisema pulmonar – nem tudo pode ser perfeito, Joe fumava e bebia. Joseph Pilates faleceu em 1967 com 83 anos e para ilustrar os resultados da técnica, estava em perfeita forma física.”
Marjorie Filellini (Crefito-3: 160760-F) 
Não deixem de conferir na semana que vem o início da série Pratique com a Revista ”à moda de Joseph’’, pilateiros e pilateiras!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O IMPACTO COXO-FEMORAL E O PILATES

Publicamos uma matéria técnica semana passada e, como muitos leitores gostaram, a Revista resolveu iniciar a série Pilates Técnico, trazendo matérias científicas, voltadas para os profissionais de Pilates.
Você, Médico, Fisioterapeuta ou Educador Físico, também pode contribuir, enviando matérias técnicas para esta categoria. A matéria deve ser exclusiva e encaminhada para o email: contato@negociopilates.com.br.
Hoje o Dr. Joel irá falar sobre o impacto coxo-femural e a relação dele com o Pilates.
Sabemos que o impacto coxo-femoral pode ser causado por alterações sutis na anatomia e biomecânica da articulação do quadril. O impacto femoroacetabular (IFA) pode ser dividido em dois tipos. Hoje vamos falar do impacto tipo pincer.
É conseqüência do impacto repetitivo entre o lábio acetabular e a transição cabeça/colo femoral e ocorre nos casos de excesso de cobertura acetabular.
Neles, o lábio ou labrum é a estrutura mais vulnerável da cadeia biomecânica. O labrum por sua vez é parte fundamental da estabilidade intrínseca do quadril, que então pode ser comprometida, favorecendo a degeneração da cartilagem.
Predomina na faixa etária dos 20 aos 40 anos, particularmente nas mulheres jovens no início da atividade esportiva.
Veja a imagem da tomografia, mostrando o ângulo de cobertura acetabular:
DSC_0075
O ângulo de cobertura acetabular é formado pela intersecção de duas linhas a partir do centro da cabeça femoral, uma delas perpendicular e outra tangenciando o rebordo acetabular.
Valor normal: entre 25 e 40º;
Acima de 40º, indica excesso de cobertura acetabular;
Entre 20 e 25º, déficit de cobertura;
Abaixo de 20º, acetábulo displásico.
Alunos com excesso de cobertura acetabular são mais propensos a este tipo de impacto, que pode ser agravado durante as aulas de Pilates, portanto fique atento.
Dr. Joel Steinman
Médico especialista em medicina do exercício e do esporte e uma das autoridades nacionais no Método Pilates. Autor do Livro Surfing and Health/Mormaii.
FONTE: http://revistapilates.com.br/2014/07/09/o-impacto-coxo-femoral-e-o-pilates/

terça-feira, 1 de julho de 2014

PILATES X CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL

Uma das lutas incessantes de quem busca melhorar a silhueta corporal é diminuir a circunferência abdominal. Além de representar um problema estético, quando está a cima dos valores normais, é associada a alguns problemas cardiovasculares e metabólicos, e até mesmo ao desenvolvimento de dor lombar e degeneração dos discos intervertebrais. O limite de normalidade é de até 94 centímetros para homens, e 80 cm para mulheres.
A barriga indesejada é resultado de diversos fatores, tais como sedentarismo, alimentação inadequada e postura desalinhada. Para combatê-la, é indispensável ter uma alimentação saudável e exercitar-se regularmente. O método Pilates constitui uma ótima opção de exercício físico para melhora do contorno corporal.
O uso do Pilates como forma de condicionamento físico aumentou de forma expressiva nos últimos 10 anos. O método tem como princípio fundamental a ativação do centro de força durante os exercícios, o que abrange um conjunto de músculos situados entre a caixa torácica e a pelve, que formam uma estrutura de suporte, responsável pela sustentação da coluna e órgãos internos.
A musculatura da parede abdominal, integrante deste centro de força, tem um importante papel no equilíbrio da região lombar e da pelve. O transverso abdominal, músculo abdominal mais profundo, reveste as paredes laterais, anterior e posterior do abdome, agindo como uma espécie de cinta que contém as vísceras, e que, quando bem trabalhado, atua na diminuição da circunferência abdominal.
Na existência de uma hipotonia ou fraqueza abdominal, essa musculatura não desempenha o papel de forma satisfatória, induzindo uma atitude postural desequilibrada e uma predisposição a flacidez e protusão abdominal.
Em uma aula de Pilates, durante a execução de qualquer movimento, mesmo ele sendo para membros superiores, por exemplo, a musculatura abdominal deve permanecer ativada para estabilizar o corpo, o que gera um trabalho associado de abdome, de forma indireta. Ou seja, independente do exercício realizado, o abdome deve estar contraído.
Desta forma, o método Pilates é eficaz para trabalhar a força e a resistência da musculatura do centro do corpo, e auxiliar para a diminuição da circunferência abdominal. Com a musculatura abdominal bem tonificada, ocorre a compressão eficaz das vísceras, impedindo que ocorra o deslocamento para frente e isto contribui para aprotusão abdominal.
Bruna Krawczyk (CREFITO 104297)
Fisioterapeuta e Instrutora de Pilates
FONTE:http://revistapilates.com.br/2014/06/25/pilates-x-circunferencia-abdominal/